Buddha cortando o cabelo e renunciando ao mundo em pedra de Barabudur, Indonesia.
509 Hatthi
pala Jataka
“Por fim
vemos...etc.” – Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana
sobre a Renúncia. Então com estas palavras,- “Não é a primeira vez, Irmãos, que
o Tathagata fez a Renúncia mas fez o mesmo antes,” – o Mestre então contou-lhes
uma história do passado.
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Certa vez
reinava em Benares um rei chamado Esukari. Seu capelão desde os tempos da
juventude é seu companheiro favorito. Ambos eram desfilhados, sem filhos,
Quando os dois estavam sentados juntos um dia amigavelmente pensaram. “ Temos
grande glória mas nem um filho ou uma filha; agora o que deve ser feito?” O rei
então diz ao capelão, “Amigo, se um filho nascer em tua casa, ele deve ser
senhor do meu reino; mas se eu tiver um filho, ele será o dono da tua riqueza.”
Os dois fizeram uma barganha sobre isto nestes termos.
Um dia, quando o
capelão aproximava-se de suas vilas feudo e entrou pelo portão sul do lado de
fora do portão ele viu uma mulher pobre que tinha muitos filhos: sete filhos
ela tinha e todos fortes e saudáveis; um segurava panela e prato para cozinhar,
um esteira e cama, um seguia a diante e outro o seguia, um segurava o dedo
dela, um sentava no calo dela e outro no seu ombro. “Onde,” perguntou o
capelão, “está o pai destas crianças ?” “Senhor,” ela respondeu, “as crianças
não tem pai algum com certeza.” “Por que então” ele disse “como você conseguiu
sete filhos como estes?” Sem considerar o resto da jângal ela apontou uma
árvore banian que estava ao lado do
portão da cidade e cotejou ela, “Ofereci oração, Senhor, à deidade que habita
esta árvore e ela me respondeu me dando estas crianças.” “Você pode ir então,”
disse o capelão, e descendo da charrete, ele subia até àrvore e segurando um
ramo o balançou dizendo, “Ó divindade, o que faltou ao rei te oferecer ? Ano
após ano ele te oferece tributo de mil peças de dinheiro e tu não dás a ele
nenhum filho. O que esta esposa mendicante fez para ti que você lhe dá sete ?
Tu deves dar ao rei um filho dentro de sete dias ou eu te cortarei abaixo com
as raízes te picando em pedaços.” Assim gritando à deidade da árvore banian ele
sai fora. Dia após dia por seis dias ele fez o mesmo e no sexto, segurando um
ramo, galho, ele disse – “Resta apenas uma noite, deidade d’árvore; se você não
der um filho ao meu rei, para baixo virás!”
A deidade
d’árvore refletiu, até que entendeu exatamente qual era o problema. “Aquele
brahmin lá” ela pensou, “destruirá minha casa se ele não tiver filho nenhum:
bem, por que meios posso conseguir um filho para ele?” Então ela foi para diante dos quatro grandes
reis” e contou a eles. “Bem,” eles disseram, “nós não podemos dar ao homem um
filho.” Foi em seguida aos vinte e oito senhores das guerras dos Duendes, e
todos eles disseram a mesma coisa. |Ela foi então até Sakra rei dos deuses e
contou a ele. Ele ponderou consigo mesmo: Deve o rei ter filhos dignos dele ou
não? ” Então ele olhou ao redor e viu quatro merecedores filhos dos deuses.
Estes, é dito, foram quatro tecelões de Benares; e todos os seus ganhos no
comércio eles dividiam em cinco partes; destas, quatro eram as suas partes
mesmas e a quinta eles doavam comunitariamente. Quando eles nasceram novamente
saindo daquele lugar eles vieram para o Céu dos Trinta e Três e então novamente
nasceram no mundo de Yama ( Terceiro dos Céus dos Sentidos, Hardy: Manual, p.25)
(ou Dharma), então em devida sucessão eles passaram para baixo e para cima
através dos seis mundos celestiais e gozaram de muita glória. Justo então era o
momento que deveriam ir do Céu dos Trinta e Três para o Céu de Yama. Sakra foi
procurá-los e os chamou e lhes disse, “Santos senhores, vocês devem ir para o
mundo dos homens para serem concebidos no útero da consorte principal do Rei
Esukari.” “ Tá bom meu senhor”, eles disseram para estas palavras “nós iremos.
Mas nós não queremos ter nada a ver com a casa real: nasceremos na família do
capelão e ainda jovens nós renunciaremos ao mundo.” Então Sakra os aprovou por sua promessa e retornou e contou tudo à deidade que vivia
n’árvore. Muito agraciada, a deidade d’árvore pediu licença a Sakra e foi para
sua residência.
Mas dia
seguinte veio o capelão e junto com ele homens fortes que ele reuniu tendo cada
um machado e semelhantes. O capelão aproximou-se d’árvore e segurando um ramo,
gritou – “Olá então, deidade d’árvore! Este é o sétimo dia desde que supliquei
um favor para ti: o tempo da tua destruição chegou!” A deidade d’árvore por seu grande poder
fendeu, abriu, o tronco d’árvore e saiu fora e com doce voz dirigiu-se a ele
assim: “Um filho brahmin? Ora! Te darei quatro.” Ele disse, “Não quero filhos;
dê um ao meu rei.” “Não,” ela disse, “Darei apenas para você.” “Então dê dois
ao rei e dois para mim.” “Não, o rei não deve ter nenhum filho, você deve ter
todos os quatro; mas eles serão somente dados a você porque eles não viverão em
casa mundana: nos dias de juventude ainda renunciarão ao mundo.” “Apenas me dê
os filhos e eu verei para que não renunciem ao mundo,” disse ele. Assim a
deidade agraciou seu pedido por crianças
e retornou para sua residência. Para sempre esta deidade foi tida em
grande honra.
Bem, o
deus mais velho desceu e foi concebido pela esposa do brahmin. No seu dia de
batismo o chamaram Hatthi pala o Condutor de Elefante; e para afastá-lo da renúncia ao mundo, o
confiaram aos cuidados de alguns guardadores de elefantes, entre os quais ele
cresceu. Quando já estava velho o bastante para andar nos próprios pés, o
segundo nasceu da mesma mulher. No nascimento o chamaram de Assapala, ou ‘cow
boy’ e ele cresceu entre aqueles que guardavam cavalos. O terceiro no seu nascimento
foi chamado Gopala, o pastor de vacas e ele cresceu entre os cuidadores de
vaca. Ajapala ou rebanho de cabras era o nome do quarto quando também ele
nasceu; e ele cresceu entre os pastores de cabras. Quando cresceram eram
rapazes de presságios auspiciosos.
Bem, por
medo que eles renunciassem ao mundo, todos os ascetas que fizeram tal coisa
foram banidos do reino; em todo o reino de Kasi não foi deixado nenhum. Os
rapazes eram duros: em qualquer caminho que fossem eles pilhavam os dons
cerimoniais que eram enviados para aqui e para lá.
Quando
Hatthipala estava com dezesseis anos, o rei e o capelão vendo sua perfeição
corporal, pensaram assim com eles mesmos. “Os rapazes estão crescidos e
grandes. Quando o parassol da realeza estiver levantado o que será feito com
eles? – Assim que a cerimônia de aspersão for feita sobre eles, crescerão muito
e impetuosamente: ascetas virão, eles o verão e se tornarão ascetas também; uma
vez que tiverem feito isto, o país inteiro ficará em confusão. Primeiro vamos
testá-los e depois faremos a cerimônia de aspersão.” Então ambos se vestiram
quais ascetas e vagaram em busca de ofertas até que chegaram na porta da casa
onde Hatthipala vivia. O rapaz ficou agraciado e deliciado em vê-los; aproximando-se,
ele os saudou com respeito e recitou três estrofes:
Por fim vemos um brahmin qual um deus, com grande coque,
Com dentes não limpos e sujo de poeira e carregado com peso.
Por fim vemos um sábio, que se
delicia em retidão,
Com hábitos de casca d’árvore a cobri-los e com a roupa amarela.
Aceitem um assento e para seus pés água fresca; é correto
Oferecer dons de comidas a convidados – aceitem, pois convidamos.
Assim ele lhes falou
um após o outro. Então o capelão disse a ele: “Hatthipala meu filho, você fala
isto porque você não nos conhece. Você pensa que somos sábios dos Himalaias mas
tal não o somos, meu filho. Este é o rei Esukari e eu sou teu pai o capelão.”
“Então,” disse o rapaz, “por que estão vestidos quais sábios ?” “Para
testá-lo,” ele disse. “por que me testar?” ele perguntou. “Porque, se você nos
ver e não renunciar ao mundo, estaremos prontos a realizar a cerimônia de
aspersão e torná-lo rei.” “Oh meu pai,” cotejou ele, “não quero realeza alguma;
renunciarei ao mundo.” Então seu pai respondeu, “Filho Hatthipala, este não é o
momento para renunciar o mundo;” e explicou sua intenção na quarta estrofe:
Primeiro aprenda os Vedas, ganhe riqueza e esposa
E
filhos, goze das boas coisas da vida,
Odores,
gostos e todos os sentidos: doce é a floresta
Para
viver dentro então e depois o sábio é bom.
Hatthipala respondeu
com uma estrofe:
A
verdade não vem através dos Vedas nem pelo ouro;
Nem
conseguir filhos evitará o envelhecimento;
Dos
sentidos há libertação, como homens sábios sabem;
No
próximo nascimento colhemos o que agora semeamos.
Em resposta ao jovem,
o rei agora recitou uma estrofe:
Muito
verdadeiras as palavras que dos teus lábios saíram:
No próximo
nascimento colhemos enquanto agora semeamos,
Teus pais
agora estão velhos: mas que eles possam ver
Cem anos de
saúde armazenados para ti.
“O que você quer dizer, meu senhor?” perguntou o príncipe e
repetiu duas estrofes:
Aquele que
na morte, Ó rei, um amigo pode encontrar,
E com a
idade uma aliança assinou;
Para este
que não morrerá seja esta tua reza,
Cem anos de
vida seja sua parte.
Qual alguém
atravessando um rio sobre
Um barco e
viaja para a outra margem,
Iguais os
mortais inevitavelmente tendem
Para a
doença e velhice e o fim da morte.
Deste modo ele mostrou a estas pessoas como são transitórias
as condições da vida mortal, adicionando este conselho: “Enquanto você está aí,
Ó grande rei, e enquanto falo contigo, mesmo agora doença, envelhecimento e
morte aproximam-se de mim. Então fiquem vigilantes!” Assim saudando o rei e seu
pai, ele tomou consigo seus ajudantes e abandonou o reino de Benares e partiu
com a intenção de abraçar a vida religiosa. E uma grande companhia de pessoas
foi com o jovem homem Hatthipala; “pois”, eles diziam, “esta vida religiosa
deve ser uma coisa nobre.” A companhia estendia-se por uma légua de distância.
Ele com esta companhia procedeu até que chegaram nas margens do Ganges. Lá ele
induziu o transe místico contemplando as águas do Ganges. “Haverá uma grande
reunião de pessoas aqui,” ele pensou. “Meus três irmãos mais jovens virão, meus
pais, rei, rainha e todos, eles com seus ajudantes abraçarão a vida religiosa.
Benares ficará vazia. Até que eles venham permanecerei aqui.” Então ele sentou
lá, exortando a multidão reunida.
Dia
seguinte o rei e seu capelão pensaram, “E assim príncipe Hatthipala realmente
renunciou seu direito ao reino e está sentado nas margens do Ganges, para onde
ele foi para seguir a vida religiosa e carregou uma grande multidão com ele.
Mas vamos tentar Assapala e aspergí-lo como rei.” Então como antes vestidos de ascetas eles
foram para sua porta. Agradecido ele ficou quando os viu, foi até eles e
repetiu as linhas “Por fim” e assim por diante, fazendo o que o outro fizera.
Os outros fizeram como antes e contaram a ele a causa da sua vinda. Ele disse,
“Por que o Parassol branco é ofertado primeiro a mim, sendo que tenho um irmão
príncipe Hatthipala?” Eles responderam,
“Seu irmão foi embora, meu filho, para abraçar a vida religiosa; ele não terá
nada a ver com a realeza.” “Onde ele
está agora?” perguntou o rapaz. “Sentado nas margens do Ganges.” “Caros,” ele
disse, “não quero nada daquilo que meu irmão cuspiu para fora da boca. Tolos e
aqueles que são privados de sabedoria não podem renunciar este pecado mas eu
renunciarei.” Então ele declarou a Lei para o pai e o rei em duas estrofes que
ele recitou:
Prazeres dos sentidos são apenas lodo e lama;
A
delícia do coração traz morte e problemas dolorosos.
Quem
afunda nestas lamas não se aproxima nem um pouco
Em
loucura sem sentido da margem distante (o nirvana).
Aqui está
alguém que certa vez inflingiu sofrimento e dor:
Agora ele
foi pego e nenhuma libertação é encontrada.
Para que
ele nunca possa fazer tais coisas novamente
Construirei paredes impenetráveis ao redor.
“Enquanto vocês
estão aí e mesmo enquanto falamos, doença, envelhecimento e morte aproximam-se
cada vez mais.” Com este conselho e seguido por uma companhia de pessoas por
uma légua de distância, ele foi para seu irmão príncipe Hatthipala. Que
declarou a Lei a ele, estando pousado nos ares e dizendo, “Irmão, haverá uma
grande reunião de pessoas neste lugar; permaneçamos nós dois aqui juntos.” O
outro concordou em ficar lá.
Dia seguinte
rei e capelão foram da mesma maneira para a casa do Príncipe Gopala: e por ele
sendo recebidos com a mesma alegria, explicaram a causa da vinda deles. Ele
igual a Assapala recusou a oferta deles. “Por um longo tempo,” ele disse,
“desejei abraçar a vida religiosa; como uma vaca perdida na floresta, estou
vagando em busca desta vida. Vejo o caminho que meus irmãos vão, qual trilha de
uma vaca perdida; e por esta mesma trilha irei.” Então ele repetiu uma estrofe:
Como alguém que busca uma vaca perdida,
Que todo perplexo pela floresta
extravia-se.
Assim meu bem estar perdido; então por que esperar,
Rei Esukari, em seguir a trilha ?
“Mas,” ele
respondeu, “venha conosco por um dia, filho Gopalaka, por dois ou três dias,
venha conosco; faça-nos felizes e então você renunciará o mundo.” Ele disse, “Ó grande rei! Nunca adie para a-manhã o que deve ser feito
ho-je; se queres sorte, pegue ho-je pelo topete.” Então ele recitou outra
estrofe:
A-manhã! grita o tolo; dia
seguinte! ele berra.
Nenhuma
residência no futuro! diz o sábio;
O bom a
seu alcance ele nunca desprezará.
Assim falou
Gopala, declarando a Lei em duas estrofes; e adicionou, “Enquanto vocês estão
aí e enquanto falamos, aproximam-se doença, envelhecimento e morte”. Seguido
então por uma companhia extensa uma légua de gente, ele fez seu caminho até
seus dois irmãos. E Hatthipala pousado nos ares declarou a Lei a ele também.
Dia seguinte do mesmo modo rei e capelão
apareceram na casa de Príncipe Ajapala, que os saudou com alegria como os
outros fizeram. Eles contaram porque vieram e propuseram levantar o parassol da
realeza. O príncipe disse: “Onde estão meus irmãos ?” Eles responderam, “Seus irmãos não terão nada
a ver com o reino; eles renunciaram o Parassol Branco e com um séquito que
percorre três léguas eles estão sentados nas margens do Ganges.” “Não colocarei
sobre minha cabeça o que meus irmãos cuspiram fora das suas bocas e assim
viver; mas eu também tentarei a vida religiosa.” Eles disseram, “Meu filho,
você é muito jovem; teu bem estar é nosso cuidado; fique mais velho, e
abraçarás a vida religiosa.” Mas o rapaz disse, “O que é isto que você está
falando ? Certamente a morte chega na juventude igual que com idade! Ninguém
tem marca na mão ou no pé para mostrar se morrerá jovem ou morrerá velho. Não
sei o tempo de minha morte e portanto renunciarei agora ao mundo de uma
vez.” Ele então recitou duas
estrofes:
Certa vez vi uma donzela jovem e
bonita,
Olhos
qual flores, intoxicada com a vida, sua parte
De
alegria intocada ainda, na primeira floração da juventude:
Morte
veio e carregou embora o tenro ser.
Assim
nobres, belos rapazes, bem feitos e jovens,
Com barbas
negras penduradas ao redor do queixo –
Deixo o
mundo e todas suas luxúrias, para ser
Um
eremita: vocês vão para casa e me perdoem.
Ele continuou
então, “Vocês estão aí e enquanto falamos doença, velhice e morte
aproximam-se.” Ele saudou ambos, e na
frente de um séquito de uma légua de distância ele saiu para as margens do
Ganges. Hatthipala pousado nos ares
declarou a Lei a ele também e sentou para esperar a grande reunião que ele
esperava.
Dia seguinte
o capelão começou a meditar sentado em seu sofá. “Meus filhos,” ele pensou
“abraçaram a vida religiosa; e agora estou sozinho um toco seco de ser humano.
Seguirei a vida religiosa também.” Então
ele se dirigiu com esta estrofe para a esposa:
Aquilo que
tem galhos ramificados chamam árvore:
Desgalhado,
desramificado, é um tronco, não árvore alguma.
Assim um
homem sem filhos, minha esposa bem nascida:
É tempo
para mim de abraçar a vida santa.
Isto dito, ele
reuniu os bramins diante dele: sessenta
mil deles vieram. Ele então os questionou o que planejavam fazer. “Você é nosso professor,” eles disseram.
“Bem,” cotejou ele, “devo buscar meu filho e abraçar a vida religiosa.” Eles responderam, “O inferno não é quente
apenas para você; nós faremos a mesma coisa.”
Ele entregou seu tesouro, oitenta milhões, para sua esposa e na frente
de um séquito de brahmins extenso uma légua partiu para o lugar em que seus
filhos estavam. E para este séquito como antes Hatthipala declarou a Lei,
pousado alto nos ares.
Dia
seguinte pensou a esposa com ela mesma, “Meus quatro filhos recusaram o
Parassol Branco para seguirem a vida dos religiosos; meu esposo deixou a
fortuna de oitenta milhões e chutou sua posição de capelão real e foi se juntar
a seus filhos: - que sou eu para fazer tudo por mim mesma? Pela caminho que meu
filho foi eu irei também.” E comentando
um antigo ditado ela recitou esta estrofe de aspiração:
Os
meses de chuva passam, os gansos quebram redes e armadilhas,
Com um
voo livre igual das garças através dos ares;
Então
pelo caminho de marido e filho
Buscarei conhecimento como estes
dois fizeram.
[ o escoliasta se refere a história descrevendo como um
aranha teceu uma rede que encobriu um bando de gansos dourados, como dois dos
pássaros mais jovens no fim das chuvas rompem através com plena força e como o
resto seguiu pelo mesmo buraco e voaram fora.]
“Desde
que isto sei,” disse ela consigo mesma, “por que eu não renunciaria ao mundo? ”
Com este propósito ela reuniu as mulheres brahmins e disse a elas: “O que vocês
pretendem fazer com vocês mesmas? ” Elas perguntaram, “Você vai fazer o que? ”
– “Quanto a mim, renunciarei ao mundo.” – “Então nós faremos o mesmo.” Largando
então todo seu esplendor, ela foi atrás de seus filhos, levando com ela um
séquito de uma légua de distância de mulheres. A esta companhia também
Hatthipala declarou a Lei, sentado nos ares pousado.
Dia
seguinte o rei perguntou, “Onde está meu capelão? ” “Meu senhor,” responderam,
“o capelão e sua esposa deixaram toda a riqueza para trás e seguiram seus
filhos em uma companhia que cobre duas ou três léguas.” Disse o rei, “Dinheiro
sem dono vem para mim, ” e mandou o juntarem na casa do capelão. A rainha
principal agora quer saber o que o rei estava fazendo. “Ele está mandando
buscar o tesouro, ” foi dito a ela, “da casa do capelão.” “E onde está o
capelão? ” ela perguntou. “Saiu para se tornar um religioso, esposa e todos.”
“Por que,” pensou ela, “aqui está o rei mandando trazer para sua própria casa o
esterco e o cuspe largados por este brahmin e sua esposa e seus quatro filhos!
Tolo enlouquecido! O ensinarei com uma parábola.” Ela pegou um pouco de carne de cachorro e fez
um monte dela no jardim do palácio. Depois ela armou uma armadilha ao redor
deixando o caminho aberto direto para cima. Os abutres vendo-a de cima desceram
rapidamente. Mas os sábios entre eles notaram que a armadilha estava ao redor;
e sentindo que eram muito pesados para elevar-se direto, eles vomitaram o que
tinham comido e sem ser pegos na armadilha elevaram-se e voaram. Outros cegos
de loucura devoraram o vômito dos primeiros e ficando pesados não conseguiram
ficar leves mas foram pegos na armadilha. Trouxeram um dos abutres para a
rainha e ela levou-o para o rei. “Veja, Ó rei!” ela disse, “há algo a ser visto
por nós no jardim.” Abrindo a janela, “Veja aqueles abutres, sua majestade!” e
ela repetiu duas estrofes:
Os
pássaros que comeram e vomitaram estão livres voando nos ares:
Mas aqueles que
comeram e guardaram, para baixo são capturados por mim agora.
Um
brahmin vomita suas luxúrias e tua comerás a mesma?
Um homem que come
um vômito, senhor, merece a mais profunda reprovação.
Com estas
palavras o rei se arrependeu; os três estados da existência (sensual, corporal,
sem forma, os três mundos) pareciam com chamas flamejantes; e ele disse, “Ho-je
mesmo devo deixar meu reino e abraçar a vida religiosa.” Cheio de dor, ele
louvou a rainha em uma estrofe:
Como um
homem forte empresta uma mão de ajuda
Para o
mais fraco que afunda no lodo ou na areia movediça:
Deste
modo, Rainha Pancati, tu me salvaste aqui,
Com
versos cantados tão docemente aos meus ouvidos.
Logo que ele
disse isto no mesmo momento mandou chamar seus cortesãos, ansioso em tentar a
vida religiosa e disse a eles, “E o que vocês farão? ” Eles responderam, “O que
você fará? ” Ele disse, “Procurarei Hatthipala e me tornarei religioso.” “Então,” eles disseram, “nós, meu senhor, faremos
o mesmo.” O rei deixou sua soberania sobre Benares, esta grande cidade, doze
léguas extensa, e disse, “Deixemos quem levantará o Parassol Branco.” Então cercado de seus cortesãos, na frente de
uma coluna três léguas extensa, ele foi para a presença do jovem. A este corpo
também Hatthipala declarou a Lei, sentado alto nos ares.
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O
Mestre repetiu uma estrofe que conta como o rei renunciou este mundo.
Então Esukari, rei poderoso, senhor de
muitas terras,
De Rei
tornou-se eremita, como um elefante que rompe suas amarras.
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Dia seguinte
o Povo que foi deixado na cidade reuniu-se diante do portão do palácio e
queriam falar com a rainha. Eles
entraram, e saudando a rainha, permaneceram em um dos lados, repetindo a
estrofe:
É o
prazer de nosso nobre rei
Ser
um eremita, largando tudo.
Então
no lugar do rei agora pedimos que tu permaneças;
Cuide
do reino, protegido por nossas mãos.
Ela escutou ao
que a multidão disse e então repetiu as estrofes restantes:
É o prazer
do nobre rei
Ser um
eremita, largando tudo.
Agora saibam
que andarei sozinha no mundo
Renunciando
cada uma das luxúrias e prazeres.
É o prazer
no nobre rei
Ser um
eremita, largando tudo.
Agora saibam
que andarei sozinha no mundo,
Onde quer
que estejam, renunciando cada uma das luxúrias.
Tempo passa,
segue noite após noite,
Belezas
jovens uma a uma devem diminuir e morrer:
Agora
saibam que andarei sozinha no mundo,
Renunciando
cada uma das luxúrias e prazeres.
Tempo
passa, segue noite após noite,
Belezas
jovens uma a uma devem diminuir e morrer:
Agora
saibam que andarei sozinha no mundo,
Onde quer
que estejam, renunciando cada uma das luxúrias.
Tempo
passa, segue noite após noite,
Belezas
jovens uma a uma devem diminuir e morrer:
Agora
saibam que andarei sozinha no mundo,
Cada laço
jogado fora, nem poder de apaixonar eu tenho.
Com estas
estrofes ela declarou a Lei para a grande multidão; reunindo então as esposas
dos cortesãos disse a elas, “E o que vocês farão?” “Madame,” elas disseram, “o
que você fará”- “Abraçarei a vida religiosa.” – “Então também o faremos.” A
rainha então deixou aberta as portas de todos os depósitos de ouro no palácio e
fez com que fosse gravado em um disco dourado, “Em tal lugar há um grande
tesouro escondido; quem quiser pegá-lo pode tê-lo.” Este disco dourado ela
amarrou num pilar sobre o grande tablado e enviou o tambor batendo a
proclamação ao redor da cidade. Deixando então toda sua magnificência, ela saiu
da cidade. A cidade toda então ficou em
ebulição: o grito era, “Nosso rei e nossa rainha deixaram a cidade para se
juntar aos religiosos; o que nós faremos agora?” Em seguida o Povo todo deixou
suas casas e tudo que havia nelas e saiu, levando seus filhos pela mão; todas
as lojas permaneceram abertas mas ninguém nem mesmo se virou para olhá-las:
toda a cidade ficou vazia.
E a rainha
com um séquito de três léguas de extensão foi para o mesmo lugar que os outros.
Para a sua companhia Hatthipala também declarou a Lei, pousado nos ares acima
deles; e então com todo o conjunto de séquitos totalizando doze léguas ele
partiu para o Himalaia.
Todo o estado
de Kasi fervilhava, gritando como Hatthipala esvaziou a cidade de Benares,
extensa doze léguas e como em grande companhia partiu fora rumo ao Himalaia
para abraçar a vida religiosa; “certamente então” eles disseram, “quanto mais
melhor!” No fim esta companhia cresceu tanto que cobria trinta léguas; e ele
com esta grande companhia foi para o Himalaia.
Sakra
meditando percebeu o que estava acontecendo. “Príncipe Hatthipala,” ele pensou,
“fez a Renúncia; haverá uma grande reunião de gente e eles devem ter um lugar
para viver.” Ele então deu ordens a
Vishvakarma: “Vá, faça um eremitério trinta e seis léguas extenso e quinze de
largura, e reúna dentro dele todo o necessário para os religiosos.” Ele
obedeceu; e fez nas margens do Ganges em um lugar agradável um eremitério do
tamanho pedido, preparou nas cabanas de folhas estrados juncados com galhos ou
juncados com folhas, aprontando todas as coisas necessárias para os religiosos.
Cada cabana tinha suas portas, cada uma seu
corredor; havia lugares separados para ficar de dia e ficar de noite;
tudo bem acabado com cal; havia bancos para sentar. Aqui e lá haviam árvores
floridas carregadas com fragrantes florações de muitas cores; no final de cada
corredor havia um poço para retirar água e ao lado uma árvore frutífera e cada
árvore dava um tipo de fruto. Tudo isto foi feito com poder divino. Quando
Vishvakarma terminou o eremitério e dotou as cabanas de folhas com todas as coisas
necessárias, ele escreveu em letras vermelhas numa parede – “Quem quer que
abrace a vida religiosa é bem vindo para estas coisas necessárias.” Então com seu poder sobrenatural ele baniu
daquele lugar todos os sons ruins, todos os pássaros e bestas odiosos, todos os
seres inumanos e voltou para seu próprio lugar.
Hatthipala chegou neste eremitério, presente de Sakra, por uma trilha e
viu o que estava escrito. Então ele pensou, “Sakra deve ter percebido que fiz a
Grande Renúncia.” Ele abriu a porta, e entrou numa cabana e pegou aquelas coisa
que marcam o asceta saiu novamente e pelo corredor andou para cima e para baixo
algumas vezes. Então ele admitiu o resto da companhia para a vida religiosa e
foi inspecionar o eremitério. Ele colocou a parte no meio a habitação das
mulheres com crianças e próximo a esta das mulheres mais velhas e próxima a das
mulheres sem crianças; as outras cabanas ao redor ele colocou os homens.
Então um certo rei, escutando que não havia rei em Benares. Foi ver e
encontrou a cidade adornada e decorada. Entrando no palácio real, ele viu o
tesouro num monte. “O que! ” disse ele, “renunciar a uma cidade como esta e
tornar-se um religioso logo que chega uma chance isto é verdadeiramente um gesto
nobre!” Perguntando o caminho para algumas pessoas bêbadas ele seguiu para
encontrar Hatthipala. Quando Hatthipala percebeu que ele estava vindo para a
encosta da floresta, ele saiu para encontrá-lo e pousado nos ares declarou a
Lei para esta companhia. Então os levou
para o eremitério e aceitou todo o grupo na Irmandade. Do mesmo modo seis
outros reis se juntaram a eles. Estes sete reis renunciaram sua riqueza. O eremitério, trinta e seis léguas de
extensão, enchia continuamente. Quando algum grande homem tinha pensamentos de
luxúria ou qualquer coisa semelhante, ele declarava a Lei para ele e
ensinava-os o pensamento das Perfeições e o Ênstase; estes então geralmente
desenvolviam o transe místico; e dois terços deles nasceram novamente no mundo de
Brahma, enquanto um terço sendo dividido em três partes, uma parte nasceu no
mundo de Brahma, uma nos seis céus dos sentidos, uma tendo realizado uma missão
de vidente nasceu no mundo dos homens. Assim eles tiveram cada um seu próprio
mérito. Assim o ensinamento de Hatthipala salvou todos do inferno, do nascer
animal, do mundo dos fantasmas e de encarnar como um Titan.
__________________
Na
ilha do Ceilão, aqueles que fizeram a Renúncia foram: Ancião Dhammagutta, que
fez a terra tremer; Ancião Phussadeva, um cidadão de Katakandhakara; Ancião
Mahasamgharakkhita, de Uparimandalakamalaya; Ancião Malimahadeva; Ancião
Mahadeva, de Bhaggiri; Ancião Mahasiva, de Vamantapabbhara; Ancião Mahanaga, de
Kalavallimandapa; aqueles na companhia de Kuddala, de Mugapakkha, de
Culasutasoma, de Ayoghara o Sábio, e último de todos Hatthipala. Portanto disse
o Abençoado, “Apressem-se, vocês felizes! ( Dhammapada, 116), isto é, felicidade
virá somente se usarem de toda a pressa.
Quando ele
terminou este discurso, o Mestre disse, “Assim, Irmãos, o Tathagata fez a
Grande Renúncia muito tempo atrás como a fez agora”; o que dito ele identificou
o Jataka: “Naquele tempo, Rei Suddhodana era rei Esukari, Mahamaya sua rainha,
Kassapa o capelão, Bhaddakapilani sua esposa, Anurudha era Ajapala, Moggaallana
era Gopala, Sariputra era Assapala, os seguidores de Buddha eram o resto e eu
mesmo era Hatthipala.