segunda-feira, 17 de novembro de 2008

226 Ananda rei de Benares





                        ( Moeda de Kosala, Índia )

226
Há tempo...etc.” - Uma história contada pelo Mestre em Jetavana sobre o rei de Kosala. Este rei partiu para apaziguar um levante na fronteira numa estação ruim do ano. As circunstâncias já foram descritas (no Jataka 176 supra). O Mestre como anteriormente contou ao rei uma história.

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Certa vez o rei de Benares tendo partido para o campo de guerra num momento inapropriado, fez acampamento em seu parque. Naquele tempo uma Coruja entrou em uma moita de bambus e escondeu-se nela. Lá aparece um bando de Corvos : “Vamos pegá-la,” eles disseram, “assim que ela sair fora.” E a cercaram por toda a volta. Ela saiu para fora antes do tempo, sem esperar o sol se pôr ; e tentou escapar. Os corvos que a cercavam, a bicaram com seus bicos até que ela caísse no chão. O rei perguntou ao Bodhisatva : “Diga-me, sábio senhor, por quê estão os corvos atacando esta coruja ?” E o Bodhisatva respondeu, “Aqueles que deixam sua casa antes do tempo correto, grande rei, caem justo em tal miséria como esta. Portanto, antes do tempo não se deve deixar a própria moradia.” E para esclarecer o assunto, pronunciou este par de versos:

Há tempo para tudo: quem de casa sair,
Uma pessoa ou muitas, fora do tempo, certamente encontrará danos;
Como saiu a Coruja: pássaro sem sorte ! Bicado até a morte por muitos corvos.

Aquele que domina inteiramente toda regra e rito; que conhece a fraqueza dos outros;
Como corujas sábias, será feliz, e conquistará os seus inimigos todos.

Quando o rei escutou isto, ele voltou para casa novamente.

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Este discurso terminado, o Mestre identificou o Jataka:- “Ananda era então o rei e o sábio cortesão era eu mesmo.” Cf. Jataka 270 .


[ n. do tr. : cf Jataka 270 
          http://vidasdebuddha.blogspot.com.br/2009/04/270-buddha-ganso-dourado.html

Visnu Sarma in 'The Pancatantra' reproduz não só esta disputa entre Corujas e Corvos como aquela presente no Jataka 349 com o Chacal se intrometendo entre o Leão e o Touro : quiçá simbolizem totem tribais, o animal sendo aquele da tribo, país, etnia. O Macaco e o Crocodilo tb têm em Visnu Sarma, Pañcatantra, lugar de destaque : cf o Jataka 224 anterior e 57, 58. Sarma faz destas disputas totêmicas autêntico tratado político. ]




  

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