segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

4 Buddha Pequeno Tesoureiro



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Com o começo mais humilde, etc”. Esta estória foi contada pelo Mestre sobre o Ancião chamado Pequeno Caminhante, enquanto no Bosque de Manga de Jivaka (n. do tr.: leigo seguidor de Buddha, era médico do rei de Magadha, Seniya Bimbisāra) perto de Rājagaha. E aqui um relato do nascimento de Pequeno Caminho deve ser dado. A Tradição diz que a filha de uma família rica de mercadores em Rājagaha condescendeu em intimidades com um escravo. Alarmada que sua conduta fosse descoberta disse ao escravo, “Não podemos viver aqui; pois se minha mãe e meu pai sabem deste nosso pecado, eles nos cortam membro por membro. Vamos embora viver longe.” Então com pertences às mãos, eles furtam-se pela dificilmente aberta porta, e fogem, sem se preocuparem para onde, para encontrar um abrigo além do alcance da sua família. Então eles foram e viveram felizes em um certo lugar, resultando que ela concebe. E quando o tempo do parto estava próximo, ela fala ao marido, “Se o trabalho de parto começar longe da família e parentes, será problemático para nós dois. Voltemos para casa.” Primeiro ele concordou em partir logo, e depois adiou até de manhã; e então ele deixou os dias passarem, até que ela pensou consigo mesma, “Este tolo está tão cônscio da sua grande ofensa que não ousa ir. Pais são os melhores amigos; assim ele vá ou fique, eu devo ir.” Quando ele saiu, ela colocou toda a casa em ordem e partiu de casa, avisando à vizinha de porta, onde ia. Retornando e não encontrando a esposa mas descobrindo com os vizinhos que partira de casa, ele corre atrás dela e a encontra na estrada; e lá e então ela fizera o parto.
“O que é isto, minha querida?” ele disse.
“Pari um filho, meu marido,” ela respondeu.
Concordemente, como a única coisa que era a razão da viagem, aconteceu, resolveram que não seria bom continuar, e voltaram. E como a criança deles nasceu no caminho, o chamaram ‘Caminhante’.
Não muito tempo depois, ela ficou com filho novamente, e aconteceu tudo como antes. E como este filho também nasceu no caminho, o chamaram ‘Caminhante’ também, distinguindo o mais velho como ‘Grande Caminhante’ e o mais jovem como ‘Pequeno Caminhante.’ Então, com ambas as crianças, novamente voltaram para sua própria casa.
Bem, enquanto lá viviam, as crianças-caminho escutavam outras crianças falando de seus tios e avós e avôs; e então perguntaram à mãe se não tinham relações como os outros garotos. “Sim, meus queridos,” disse a mãe ; “mas eles não vivem aqui. Seu avô é um rico mercador na cidade de Rājagaha, e vocês têm lá muitas relações.” “Por quê não vamos lá, mamãe?” Ela conta aos garotos a razão porque fica longe; mas, como as crianças continuavam falando dos parentes, diz ela ao marido, “As crianças estão me atormentando . Meus pais nos comerão quando nos ver? Vamos, mostremos às crianças a família de seus avós.” “Bem, não me importo de levá-los lá; mas realmente não posso encarar seus pais.” “’Tá certo; - contanto que de um modo ou de outro, as crianças vejam os avós,” disse ela.
Aqueles dois então tomaram seus filhos e no curso devido chegaram a Rājagaha e acomodaram-se numa casa de descanso pública junto dos portões da cidade. Tomando as duas crianças consigo, a mulher fez saber sua chegada aos pais. Estes últimos escutando a mensagem, responderam dizendo, “Em verdade, seria estranho estarem sem filhos a menos que houvessem renunciado ao mundo em busca de Arahat(idade). Ainda deve ser tão grande a culpa destes dois em relação a nós que não conseguem permanecer na nossa frente. Aqui tem uma soma de dinheiro para eles: que tomem isto e retirem-se para viver onde quiserem. Mas as crianças, enviem para cá.” Então a filha do mercador tomou o dinheiro, à ela enviado e despachou as crianças com os mensageiros. As crianças cresceram então na casa dos avós, - Pequeno Caminhante sendo de poucos anos, e Grande Caminhante já acompanhava o avô no escutar Buddha pregar a Verdade. E por constantemente escutar a Verdade dos próprios lábios do Mestre, o coração do garoto ansiava por renunciar ao mundo por uma vida de Irmão.
“Com sua permissão,” disse ele ao avô, “gostaria de me juntar à Irmandade.” “O quê estou escutando?” gritou o velho homem. “Pois me daria maior prazer vê-lo juntar-se à Ordem do que ver todo o mundo juntar-se. Torne-se Irmão, se se sente capaz.” E o levou ao Mestre.
“Bem, mercador,” disse o Mestre, “trouxeste contigo seu garoto?” “Sim, senhor; este é meu neto, que deseja juntar-se à Irmandade.” O Mestre então mandou chamar um Mendicante, e disse-lhe para admitir o garoto na Ordem; e o Mendicante repetiu a Fórmula do Corpo Perecível (N. do Tr.: Buddhismo ensina a impermanência das coisas, e princípio dos ensinos de pensamento para entender esta doutrina é a meditação sobre o corpo e suas 32 impureza (cf. Sutta Nipāta I,11, e Jātaka n.o12 infra). Atualmente todo noviço no Ceilão, quando investido com o manto amarelo da Ordem, repete os versos enumerando as 32 impurezas.) e admitiu o garoto como noviço. Quando este último tinha apreendido de coração muitas palavras de Buddha, e estava com idade própria, foi admitido como Irmão plenamente. Ele então passa a
dedicar-se zelosamente ao pensar até ganhar Arahat(idade); e enquanto passava seus dias no gozo do Insight e dos Caminhos, ele pensou se não podia conferir felicidade semelhante a Pequeno Caminhante. E foi assim até seu avô o mercador e disse, “Grande mercador, com seu consentimento, admitirei Pequeno Caminhante à Ordem.” “Prego, faça isto, reverendo senhor,” foi a resposta.
Então o Ancião admitiu o garoto Pequeno Caminhante e o estabeleceu no Dez Mandamentos. Mas Pequeno Caminhante mostrou ser um beócio: em quatro meses de estudo não conseguiu decorar esta simples estrofe:-
Olhem! Como um lótus fragrante à aurora
Do dia, desabrochado, com o bem virgem do aroma,
Contemple a brilhante glória do Buddha,
Como na abóbada celeste irradia o sol!
Pois, é dito, na Buddhidade de Kassapa este Pequeno Caminhante, tendo alcançado o conhecimento de Irmão, riu desprezando um Irmão beócio que aprendia uma passagem de coração. O desprezo confundiu tanto sua cabeça, que este último não conseguia aprender ou recitar a passagem. E agora, como conseqüência, juntando-se à Irmandade ele mesmo mostrava-se beócio. Cada nova linha que aprendia retirava a última de sua memória; e quatro meses escapuliram enquanto ele se debatia com esta única estrofe. Disse-lhe seu irmão mais velho, “Caminhante, tu não estais apto a receber esta doutrina. Em quatro meses inteiros foste incapaz de aprender uma única estrofe. Como podes ter esperança de coroar sua vocação com o sucesso supremo? Deixe o mosteiro.” Mas, apesar de assim expulso pelo irmão, Pequeno Caminhante estava tão apegado ao credo de Buddha que não queria tornar-se leigo.
Naqueles dias Grande Caminhante trabalhava de ecônomo. E Jivaka Komārabhacca, indo para seu bosque de manga com um largo presente de perfumes e flores para o Mestre, apresentou suas ofertas e escutou um discurso; e, levantando-se do assento e inclinando-se para o Buddha, subiu para o Grande Caminhante e perguntou, “Quantos Irmãos existem aqui, reverendo senhor, com o Mestre?” “Apenas 500, senhor.” “Você traria os 500 Irmãos, com o Buddha à frente, para tomarem refeição em minha casa a-manhã?” “Discípulo leigo, um deles de nome Pequeno Caminhante é beócio e não progride na Fé,” disse o Ancião; “aceito o convite para todos menos para este.”
Escutando isto, Pequeno Caminhante pensou consigo mesmo, “Aceitando o convite para todos os Irmãos, o Ancião cuidadosamente me excluiu. Isto prova que está morta a afeição de meu irmão por mim. O que tenho a ver com esta Fé ? Me tornarei um leigo e viverei no exercício da caridade e outras boas obras de caráter laico.” E de manhã cedo saiu, decidido a tornar-se novamente leigo.
Ao começo da aurora, enquanto inspecionava o mundo, o Mestre tornou-se consciente disto; e saindo mais cedo que Pequeno Caminhante, andava para lá e para cá no arco da estrada de Pequeno Caminhante. Quando este último saiu de casa, viu o Mestre, e com uma saudação subiu até ele. “Saindo a esta hora, Pequeno Caminhante?” disse o Mestre.
“Meu irmão me expulsou da Ordem, senhor; e vou vagar.”
“Pequeno Caminhante, já que foi sob mim que tomaste votos, por quê, quando expulso por seu irmão, não vieste a mim? Venha, o que você tem a ver com a vida leiga? Você pararia comigo.” Assim dizendo, ele pegou Pequeno Caminhante e fê-lo sentar à porta da sua própria câmara perfumada. E então dando-
-lhe um roupa perfeitamente limpa que tinha criado sobrenaturalmente, o Mestre disse, “Olhe para o Leste e enquanto usa esta roupa, repita estas palavras – ‘Remoção de Impureza; Remoção de Impureza.’” E então no horário indicado o Mestre, tomando conta da Irmandade, foi para a casa de Jivaka e sentou no lugar para ele estabelecido.
Pequeno Caminhante então. Com o olhar fixo no sol, sentou usando a roupa e repetindo as palavras, “Remoção de Impureza; Remoção de Impureza.” E enquanto usava a peça de roupa, ela ficou suja. E pensou, “Agora mesmo esta peça de roupa estava toda limpa; mas minha personalidade destruiu seu estado original e a fez ficar suja. Impermanente realmente são todas as coisas compostas!” E enquanto entendia Morte e Decaimento, ganhou a Iluminação de Arahat. Entendendo que a mente de Pequeno Caminhante ganhou Iluminação, o Mestre mandou uma aparição e neste semblante de si mesmo apareceu diante dele, como se sentado defronte e disse, “Não considere, Pequeno Caminhante, que esta mera peça de roupa ficou suja e manchada com impureza; dentro de ti estão as impurezas da luxúria e outras coisas más. Remova-as.” E a aparição pronunciou estas estrofes:-

Impureza consiste em Luxúria, não sujeira;
E Luxúria chamamos a real Impureza.
Na verdade, Irmãos, quem quer que retire-a do peito,
Este vive a boa nova de Purificado.
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Impureza consiste de Ira, não sujeira;
E Ira chamamos a real Impureza.
Na verdade, Irmãos, quem quer que a retire do peito,
Este vive a boa nova de Purificado.
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Impureza consiste de Ilusão, não sujeira;
E Ilusão chamamos a real Impureza.
Na verdade, Irmãos, quem quer que a retire do peito,
Este vive a boa nova de Purificado.

No final destas estrofes Pequeno Caminhante atingiu a Arahat(idade) nos quatro ramos do conhecimento, de onde direto veio a saber todos os textos sacros. Tradição diz que, em idades passadas, quando era rei e fazia um solene procissão por sua cidade, tirou o suor da testa com um pano incólume que trazia; e o pano ficou sujo. Ele pensou, “Este meu corpo que destruiu a pureza original e a brancura do pano, maculando-o. Impermanente realmente são todas as compostas coisas.” Assim ele apreendeu a ideia de impermanência; e por isto aconteceu da remoção da impureza operar sua salvação.
Enquanto isto, Jivaka Komārabhacca ofereceu a Água da Doação; mas o Mestre colocou sua mão em cima da tigela, dizendo, “Não há nenhum Irmão, Jivaka, no mosteiro?” Disse Grande Caminhante, “Não há ninguém lá, reverendo senhor.” “Ah sim, há, Jivaka,” disse o Mestre. “Ei, aqui!” disse Jivaka a um empregado; “vá você apenas ver se há ou não no mosteiro algum Irmão.”
Naquele momento Pequeno Caminhante, cônscio de que seu irmão declarava não haver nenhum Irmão no mosteiro, determinado a mostrar que havia, preencheu todo o bosque de manga com Irmãos. Alguns faziam roupas, outras tingiam-as, enquanto outros repetiam textos sacros:- fez cada um dos mil Irmãos diferente dos outros. Encontrando esta hoste de Irmãos no mosteiro, o homem voltou e disse que todo o bosque de manga estava cheio de Irmãos.
Em relação ao Ancião acima no mosteiro-
Caminhante, milhares de vezes multiplicado,
Sentado, até dando boas-vindas, no bosque aprazível.
“Agora volte,” disse o Mestre ao mensageiro, “e diga ‘O Mestre me envia para aquele cujo nome é Pequeno Caminhante.’”
Mas quando o mensageiro lá chegou e deu a mensagem, milhares de bocas responderam, “Sou Pequeno Caminhante! Sou Pequeno Caminhante!” Volta o mensageiro com o relatório, “Todos eles dizem que são ‘Pequeno Caminhante,’ reverendo senhor.” “Bem, agora volte,” disse o Mestre, “e tome pela mão o primeiro que disser que é Pequeno Caminhante, e os outros iram todos desaparecer.” O mensageiro fez como indicado e direto os milhares de Irmãos sumiram da vista. O Ancião voltou com o mensageiro.
À tarde, os Irmãos de roupa laranja reunidos em assembléia por todos os lados no Salão da Verdade e cantaram louvando o Mestre assim como espalhava uma cortina de pano laranja ao redor dele. “Irmãos,” foi dito, “Grande Caminhante falhou em reconhecer a tendência de Pequeno Caminhante, e o expulsou do mosteiro como um beócio que não podia aprender uma única estrofe em quatro meses. Mas o Buddha Onisciente com sua supremacia na Verdade concedeu Arahat(idade) com todos seus conhecimentos sobrenaturais, mesmo durante uma refeição. E por este conhecimento ele apreendeu todos os textos sacros. Oh! Como é grande o poder do Buddha!”
Bem então Bento, sabendo do que se tratava a conversa que acontecia no Salão da Verdade, achou conveniente lá ir. E levantando-se de seu leito de Buddha, pôs duas roupas de baixo laranjas, cingiu-se como que com um raio, colocou em si mesmo o manto laranja, a grande veste de Buddha e veio para o Salão da Verdade com a graça infinita de um Buddha, movendo-se com a alegria real de um elefante na plenitude de seu vigor. Ascendendo o glorioso trono de Buddha situado no meio do Salão resplendente, sentou no meio do trono emitindo aqueles seis raios coloridos marca de um Buddha – como o sol na aurora, quando dos picos das Montanhas Yugandhara ele ilumina as profundezas do oceano. Imediatamente quando o Onisciente veio para o Salão, a Irmandade parou de falar e ficou em silêncio. Encarando com amor-gentil a companhia, o Mestre pensou consigo mesmo, “Esta companhia é perfeita! Ninguém é culpado de mover mão ou pé impropriamente; nenhum som, nenhuma tosse nem espirro é escutado! Em sua reverência e espanto com a majestade e glória de Buddha, ninguém ousa falar antes que eu o faça, mesmo que me sente aqui em silêncio por todo a minha vida. Mas é minha parte dar início; e abrirei o debate.” Então em seus divinos doces tons dirigiu-se aos Irmãos, e disse, “Prego, qual o tema deste conclave? E qual a conversa que foi interrompida?” “Senhor,” eles disseram, “não era nenhum tema útil, mas louvávamos a nós mesmos neste conclave.”
E depois que disseram palavra por palavra do que falavam, o Mestre disse, “Irmãos, através de mim Pequeno Caminhante elevou-se a grandes obras na Fé; em tempos passados elevou-se em grandes obras no caminho da riqueza, - mas também através de mim.” Os Irmãos pediram ao Mestre para explicar; e o Abençoado tornou claro nestas palavras a coisa que as existências sucessivas escondiam deles:-

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares em Kāsi, o Bodhisatva nasceu na família do Tesoureiro, e crescendo foi feito Tesoureiro ele mesmo, sendo chamado Pequeno Tesoureiro. Era um homem sábio e inteligente, com um olho agudo para sinais e augúrios. Um dia no seu caminho para diante do rei, viu um camundongo morto na estrada; e, anotando a posição das estrelas naquele momento, disse, “Qualquer jovem decente com a cabeça no lugar, só precisa pegar este camundongo e pode começar um negócio e manter uma esposa.”
Suas palavras foram escutadas por um jovem de boa família mas de condições reduzidas, que disse a si mesmo, “Lá está um homem que sempre fala com razão.” E concordemente pegou o camundongo, que vendeu por ¼ de centavo numa taverna para o gato deles.
Com o dinheiro comprou melado e tomando água de beber num pote. Vindo floristas retornando da floresta, deu-lhes um pequena quantidade de melado e água para beber. Cada uma lhe deu mão cheia de flores, com a renda do que, no dia seguinte, voltou novamente para as floristas fornecendo melado e água. Naquele dia as floristas deram metade das flores; e assim logo tinha oito centavos.
Mais tarde, um dia chuvoso e de ventania, o vento soprou uma quantidade de ramos e galhos e folhas no jardim do rei, e o jardineiro não sabia como limpar. Logo veio o jovem com uma oferta para limpar o lote, se as madeiras e as folhas pudessem ficar com ele. O jardineiro concordou na hora. Então este apto pupilo do Pequeno Tesoureiro encaminhou-se para o playground das crianças e logo conquistou-as com melado para catarem toda madeira e folha num monte na entrada do jardim. Justo então o oleiro do rei procurava lenha para cozinhar tigelas para o palácio, e chegando àquele monte, comprou a lenha das mãos dele. A venda da madeira rendeu dezesseis centavos ao pupilo do Pequeno Tesoureiro, assim como cinco tigelas e outros potes. Tendo agora vinte e quatro centavos no total, um plano lhe ocorreu. Foi para a vizinhança do portão da cidade com um jarro cheio d’água e supriu 500 ceifeiros com água para beber. Eles disseram, “Você nos fez bem amigo. O quê podemos fazer por você? “ “Ah, eu direi a vocês quando precisar de ajuda,” ele respondeu; e enquanto ocupava-se fez amizade com um comerciante na terra e um comerciante no mar. O primeiro o informou, “A-manhã chegará À cidade um comerciante de cavalos com 500 cavalos para vender.” Escutando esta novidade, disse aos ceifeiros, “Quero que cada um de vocês ho-je me dê um feixe de grama e não venda sua grama até a minha estar vendida.” “Certamente,” disseram eles, e enviaram 500 feixes para sua casa. Incapaz de achar grama para os cavalos, o negociante comprou a grama de nosso amigo por mil moedas.
Uns dias depois seu amigo comerciante do mar trouxe novidades da chegada de um largo navio no porto; e outro plano lhe assomou. Contratou por oito centavos uma carruagem alugada à hora bem bonita, e chegou em grande estilo no porto. Comprando o barco à crédito e depositando o anel-sinete como penhor, erigiu um pavilhão e disse a seu povo que assentasse dentro, “Quando os mercadores estiverem se apresentando, que eles passem por três sucessivos ucheiros (meirinhos, lanterninhas) até à minha presença.” Escutando que o barco chegou no porto, cerca de cem mercadores desceram para comprar a carga; só para escutarem que não podem fazê-lo pois um grande mercador já a comprou por conta. Então todos foram ao jovem; e os infantes levavam aos três sucessivos ucheiros cada um dos cem mercadores rigidamente, que davam mil moedas por parte da carga e mais mil pelo resto todo. Então este pupilo do Pequeno Tesoureiro retornou com 200.000 moedas para Benares.
Tomado pelo desejo de mostrar sua gratidão, foi com cem mil moedas chamar o Pequeno Tesoureiro. “Como conseguiu toda esta riqueza?” perguntou o Tesoureiro. “Em quatro curtos meses, simplesmente seguindo seu conselho,” respondeu o jovem; e contou toda a história, começando do camundongo morto. Pensou o Alto Senhor Pequeno Tesoureiro, escutando tudo, “Devo verificar para que este jovem companheiro não caia nas mãos de outra pessoa.” Então o casou com sua própria filha crescida e colocaram os bens todos de raiz com o jovem. E à morte do Tesoureiro, tornou-se Tesoureiro naquela cidade. E o Bodhisatva passou sendo tratado de acordo com seus méritos.

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A lição terminada, o Supremo Buddha, Onisciente, repetiu a estrofe:-

Com o mais humilde começo e capital insignificante
Um homem astuto e hábil crescerá em bens,
Como seu respirar mesmo pode nutrir tênue chama.

Também disse o Abençoado, “Foi através de mim, Irmãos, que Pequeno Caminhante também agora elevou-se em grandes obras na Fé, como em tempos passados grandes coisas em riquezas.” Sua lição terminada, o Mestre fez conexão entre as duas histórias que contara e identificou o Jātaka nestas palavras concluintes, “Pequeno Caminhante era naqueles dias o pupilo do Pequeno Tesoureiro, e eu mesmo era o Alto Senhor Pequeno Tesoureiro.”



3 Buddha Mascate




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Se nesta fé, etc. ” Esta lição foi dada pelo Abençoado quando em Sāvatthi, também sobre um Irmão que desistiu de perseverar.
Pois, quando o indivíduo foi trazido pelos Irmãos exatamente como no caso anterior, o Mestre disse, “Você, Irmão, depois de dedicar-se a esta gloriosa doutrina que concede Caminho e Fruto, desiste de permanecer, sofrerá, como o mascate de Seri que perdeu uma tigela de ouro válida cem mil dinheiros.”
Os Irmãos pediram ao Abençoado que contasse a história para eles. Bento des-cobriu a coisa encoberta pelo re-nascer.

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Certa vez no reino de Seri, cinco eras / éons atrás, o Bodhisatva lidava com potes e panelas, e era chamado ‘o Serivan.’ Na companhia de outro comerciante nas mesmas mercadorias, sujeito ganancioso que também era conhecido como ‘o Serivan,’ veio a atravessar o rio Telavāha e entrou na cidade de Andhapura. Dividindo as ruas entre eles, saiu mascateando suas mercadorias na sua região, e o outro na da dele.
Bem nesta cidade havia uma família decadente. Antes tinham sido ricos mercadores mas nos dias de nossa história tinham perdido todos os filhos e irmãos e toda a riqueza. As únicas sobreviventes eram uma garota e sua avó, e elas sobreviviam trabalhando por salário. Contudo, ainda tinham em sua casa a tigela de ouro em que nos dias passados o grande mercador, a cabeça da família, usava comer; mas foi atirada entre os potes e panelas, e estando muito tempo fora de uso, estava cinzenta de sujeira, de modo que as duas mulheres não sabiam que era ouro. À porta da casa delas, bate o mascate ganancioso em sua ronda, gritando, “Potes d’água pra vender ! Potes d’água pra vender!” E a garota, quando viu que ele lá estava, disse para ‘ avó, “Ah, vó, deixa eu comprar uma bijuteria!” “Nós somos muito pobres, querida; o quê ofereceremos em troca?” “Pois eis aqui esta tigela que não nos serve. Troquemos por isto.”
A velha mulher fez o mascate entrar e sentar, e deu a ele a tigela, dizendo, “Pegue isto, senhor, e seja bom dando à sua irmã uma coisa ou outra em troca.” O mascate pegou a tigela na mão, virou-a, e, suspeitando que era ouro, fez um arranhão com uma agulha nas costas dela, de onde soube com certeza que era ouro. Então, pensando que teria o pote por nada em troca às mulheres, gritou, “Prego, qual o valor disto? Pois isto não vale meio centavo!” E em seguida jogando a tigela no chão, levantou da cadeira, e deixou a casa. Bem, como os dois mascates tinham concordado que a rua que um já tivesse passado o outro podia passar, o Bodhisatva veio àquela mesma rua e apareceu na porta da casa, gritando, “Potes d’água pra vender!” Novamente a garota fez o mesmo pedido à avó; e a velha mulher respondeu, “Minha querida, o primeiro mascate jogou a tigela no chão e fugiu daqui. O quê teríamos além para oferecer?”
“Ah, mas aquele mascate era grosseirão, vó querida; enquanto este aí parece calmo e de fala gentil. Muito provavelmente pegará a tigela.” “Chame-o então.” Assim ele entrou na casa, e deram-lhe uma cadeira e colocaram-lhe a tigela nas mãos. Vendo que a tigela era de ouro, ele disse, “Mãe, esta tigela vale cem mil dinheiros; não tenho este valor comigo.”
“Senhor, o primeiro mascate que veio aqui disse que não valia um centavo; e jogou a tigela no chão e saiu. Deve ter sido a eficácia de nossa bondade que transformou a tigela em ouro. Leve-
-a; dê-nos uma coisa ou outra por ela; e siga seu caminho.” Naquele momento o Bodhisatva tinha 500 dinheiros e um estoque de valor semelhante. Tudo isto deu a elas, dizendo, “Deixa eu ficar com minha balança, meu saco, e oito dinheiros.” E com o consentimento delas ele ficou com isto e partiu a toda velocidade para o rio onde deu as oito moedas ao barqueiro e saltou no bote. Subseqüentemente o mascate ganancioso volta à casa, e tendo pedido a elas que trouxessem a tigela disse que daria a elas uma coisa ou outra. Mas a velha mulher encolerizou-se com ele nestas palavras, “Você queria fazer parecer que nossa tigela de ouro válida cem mil dinheiros não valia meio centavo. Mas aqui veio um mascate reto (suponho, seu mestre), que nos deu mil dinheiros por ela e levou a tigela.”
Com isto ele exclamou, “Ele me roubou uma tigela de ouro válida cem mil dinheiros; ele me causou uma grande perda.” E tristeza intensa caiu sobre ele, de modo que perdeu auto-controle e tornou-se como um perturbado. Seu dinheiro e bens largou na porta da casa; tirou a roupa de cima e de baixo; e, armado com o eixo da balança como porrete, rastreou o Bodhisatva até o rio. Encontrando-o já atravessando, ele gritou ao barqueiro para voltar, mas o Bodhisatva disse-o que não o fizesse. Como ficasse lá vendo pasmo o Bodhisatva que retirava-se, tristeza intensa o tomou. Seu coração ferveu; sangue jorrou dos lábios e quebrou o coração como lama no fundo de um tanque, que o sol secou. Por causa da raiva que contraiu ao Bodhisatva, pereceu lá e então. (Esta foi a primeira vez que Devadatra concebeu rancor contra o Bodhisatva.) O Bodhisatva, após uma vida em caridade e boas obras, passou andando de acordo com seus méritos.

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Quando o Supremo Buddha terminou a lição, ele, Onisciente, pronunciou estas estrofes:-

Se nesta fé mostra-te remisso e falho
Em ganhar a meta a que leva seus ensinos,
- Então, como o mascate chamado ‘o Serivan,’
Arrepender-te-ás muito, do prêmio que tua loucura te fez perder.

Depois de ter assim feito seu discurso de modo a levar a Arahat(idade), o Mestre expôs as Quatro Verdades, no fim das quais o Irmão desanimado foi estabelecido no Fruto mais alto de todos, que é a Arahat(idade). E, depois de contar as duas histórias, o Mestre fez a conexão de ambas, e identificou o jātaka dizendo em conclusão, “Naqueles dias Devadatra era o tolo mascate; e eu mesmo era o sábio e bom mascate.”

domingo, 30 de dezembro de 2007

2 Buddha Mercador



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Sem descansar, fundo cavaram,etc.” – Este discurso foi proferido pelo Bendito enquanto residia em Sāvatthi. Sobre quem, perguntarias? Sobre um Irmão que desistiu de perseverar. A Tradição diz que, quando Buddha residia em Sāvatthi, veio um herdeiro real duma família de Sāvatthi, que escutando um discurso do Mestre, entendeu que Luxúrias alimentam sofrer, e foi admitido no primeiro estágio da Irmandade. Após cinco anos passados na preparação àdmissão (entre os quinze e vinte anos) plena à Irmandade, quando aprendeu duas Sumas e treinado os métodos de Insight, ele obteve do Mestre um tema para meditação recomendado. Retirando-se para a floresta, lá passa a estação das chuvas; mas apesar de todo seu esforço durante os três meses, não desenvolveu um vislumbre nem uma alusão de Insight. Então veio-lhe o pensamento, “O Mestre disse que existem quatro tipos de pessoas, e eu devo pertencer ao mais baixo de todos ; me parece que neste nascimento não há nem Caminho nem Fruto para mim. Que bem farei vivendo na floresta? Voltarei para o Mestre, e viverei minha vida contemplando as glórias das presenças de Buddha e escutando a seus doces ensinos.” E voltou para Jetavana.

Então seus amigos e íntimos disseram, “Senhor, fostes tu que obtiveste do Mestre um tema para meditação e partiu para viver a vida solitária de um sábio. Mas voltaste para cá, e gozas da irmandade. Será que ganhaste a coroa da vocação de Irmão, e que nunca conhecerás o re-nascer?” “Senhores, como não ganhei nem Caminho nem Fruto, me considerei destinado à vaidade e então desisti de perseverar e voltei.” “Fizeste mal, Senhor, em apresentar um coração fraco enquanto devoto de uma doutrina do Mestre destemido. Venha, levemo-o ao conhecimento do Buddha.” E levaram-o ao Mestre.

Quando o Mestre tomou conhecimento da vinda deles, ele disse, “Irmãos, vocês me trazem este Irmão contra a vontade dele. O quê ele fez?” “Senhor, após devotar-se a uma doutrina tão absolutamente verdadeira, este Irmão desistiu de perseverar em vida solitária de sábio, e voltou.” Então perguntou o Mestre à ele, “É verdade como dizem, que você, Irmão, desistiu de perseverar?” “É vero, Bento.” “Mas como aconteceu de após dedicar-se a tal doutrina, você, Irmão, pode mostrar-se, não pessoa que pouco deseja, contente, solitário, e determinado, mas falto de perseverar? Não eras tu corajoso em dias passados? Não foi por você apenas, graças a tua perseverança, que em um deserto de areia pessoas e gado pertencentes a uma caravana de quinhentos carros obteve água e foi reanimada? E como, agora, você desiste ?” Estas palavras foram suficientes para dar coragem àquele Irmão.

Escutando estas falas, os Irmãos perguntaram ao Abençoado, dizendo, “Senhor, a presente debilidade de coragem deste Irmão nos é clara ; mas escondida está de nós o conhecimento de como, pela perseverança desta única pessoa, gados e gente obtiveram água em deserto de areia e foram reanimados. É sabido apenas por ti que és onisciente; prego, fale-nos disto.” “Hearken, then, Brethren, Escutem, então, Irmãos,” disse o Bendito; e, tendo instigado a sua atenção, des-cobriu a coisa que o re-nascer escondia deles.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ) em Kāsi o Bodhisatva nasceu numa família de mercadores. Quando ele estava crescido, usava viajar comercializando com 500 carros. Certa ocasião ele chegou num deserto de areia de cem quilômetros, a areia do qual era tão fina que, quando segura ela escapava pelos dedos do punho fechado. Logo que o sol levantava, ficava tão quente quanto uma cama de brasas de carvão e ninguém podia andar nele. Concordemente, aqueles que atravessavam usavam levar lenha, água, óleo, arroz, etc em seus carros e viajavam apenas à noite. Àurora arranjavam os carros em círculo formando um acampamento, com um toldo por cima das cabeças, e após o café da manhã, sentavam à sombra por todo dia. Quando o sol saía, tomavam o lanche da tarde; e, logo que o chão ficava frio, usavam atrelar os carros e rodar para frente. Viajar neste deserto era como viajar no mar; um ‘piloto do deserto’, como chamavam, tinha que escoltá-los com conhecimento das estrelas. E deste jeito nosso mercador estava atravessando agora o deserto.
Quando ele tinha apenas mais dez quilômetros diante dele, pensou consigo mesmo, “À noite estaremos fora deste deserto de areia.” Assim, após terem se alimentado, ordenou que água e lenha fora jogado fora, e atrelando os carros, seguiu rodando na estrada. No carro da frente sentava-se o piloto num sofá olhando as estrelas no céu e dirigindo o curso a partir daí. Mas ele estava sem dormir a tanto tempo que caiu no sono, com resultado que não notou que o gado girou e voltou nos próprios passos. Toda noite ficou o gado neste caminho, mas à aurora o piloto acordou, e, observando a disposição das estrelas acima das cabeças, gritou, “Voltem com os carros! Voltem com os carros!” E enquanto giravam os carros e formavam-os em linha, o dia começou. “Pois aqui foi onde acampamos ontem,” gritavam as pessoas da caravana. “Toda nossa lenha e água foi-se, estamos perdidos.” Assim dizendo, eles desatrelaram os carros, fizeram acampamento e estenderam a lona acima das cabeças; então cada um afundou-se desesperado debaixo do próprio carro. Pensou o Bodhisatva consigo mesmo, “Se eu desisto todos perecerão.” Então ele rondou para cá e para lá enquanto ainda estava cedo e frio, até achar uma moita de grama kusa. “Esta grama,” ele pensou, “só pode ter crescido aqui graças a presença de água abaixo.” E então ordenou que pá fosse trazida e um buraco cavado naquele lugar. Sessenta côvados foram cavados, até que naquela profundidade a pá acertou uma rocha, e todos perderam a coragem. Mas o Bodhisatva, tendo certeza que havia água abaixo da rocha, desceu no buraco e ficou de pé em cima da rocha. Batendo, colocou o ouvido e escutou. Captando o som da água fluindo abaixo, saiu e disse a um jovem empregado, “Meu garoto, se você desistir, todos morreremos. Então tome ânimo e coragem. Desça no buraco com esta marreta de ferro e bata no rocha.”
Obediente ao pedido do patrão, o rapaz, resoluto enquanto todos os outros perderam ânimo, desceu e bateu na rocha. A rocha que servia de dique à corrente, dividiu-se em duas e caiu. Alta levantou-se a água no buraco até elevar-se como uma palmeira; e todos beberam e banharam-se. E picaram eixos e jugos sobressalentes e outros materiais a mais, cozinharam arroz e comeram, e alimentaram o gado. E logo que o sol se pôs, levantaram um bandeira ao lado do poço e viajaram para seu destino. Barganharam suas mercadorias pelo dobro ou quádruplo do valor. Com os lucros retornaram para casa, onde viveram o resto dos dias e no fim passaram para o além segundo seus méritos. O Bodhisatva também após vida em caridade e bons trabalhos, passou do mesmo modo de acordo com seus méritos.
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Quando o Supremo Buddha falou esta estória, ele, Aquele que Tudo Sabe, pronunciou esta estrofe:-

Sem descansar, fundo cavaram na trilha de areia
Até, no caminho pisado, água encontrarem:
Assim não deixem que o sábio, forte em perseverança,
Murche nem canse, até seu coração a Paz encontrar.

Terminado o discurso, pregou as Quatro Verdades, no final das quais o Irmão desanimado estava estabelecido no mais alto Fruto de todos, que é a Arahat(idade).
Tendo contado as duas histórias, o Mestre estabeleceu a conexão ligando as duas, e identificou o Jātaka dizendo:- “Este Irmão desanimado de ho-je era em dias anteriores o jovem empregado que, perseverando, quebrou a rocha e deu água para todo o povo; os seguidores de Buddha era o resto do povo da caravana; e eu mesmo era o líder.”